A avaliação é um processo essencial em toda a actuação do Terapeuta Ocupacional. Ao avaliar a criança com PEA e os seus contextos (família, escola), vão ser recolhidos dados sobre potencialidades e défices das crianças e do meio e a partir desta informação pôr delinear e pôr em prática uma intervenção que vai de encontro com as necessidades e características de todos os elementos envolvidos (crianças, pais, professores)
A participação da família (e em crianças em idade escolar, dos professores) no processo de avaliação permite a recolha de informação significativa e funcional relativa ao desenvolvimento da criança em questão e o planeamento da intervenção e actividades em ambientes naturais de aprendizagem, baseando-se nos benefícios que o contexto poderá proporcionar.
As crianças com PEA demonstram particularidades em diversas áreas do desenvolvimento, razão pela qual a sua avaliação impõe a participação de profissionais de diferentes áreas, já que é consensual que toda e qualquer criança com perturbação do desenvolvimento beneficia com a avaliação e intervenção clínica, se esta for conduzida por uma equipa, com múltiplos conhecimentos e experiências.
Relatório de Avaliação
Para a elaboração de um relatório de avaliação, o Terapeuta Ocupacional fundamenta-se em duas grandes bases: no Enquadramento da Prática da Terapia Ocupacional e/ou na CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde).
O Terapeuta Ocupacional tem como princípio básico a compreensão do indivíduo como um ser ocupacional, para o qual o acesso e participação em actividades significativas e produtivas são um aspecto central para o seu bem-estar.
O relatório de avaliação é uma ferramenta fulcral para planear a intervenção, promovendo a participação da criança em ocupações significativas, tendo em conta o seu perfil de funcionalidade e as suas áreas de ocupação (actividades da vida diária, educação, brincar, lazer e participação social) e para proporcionar a partilha de informação entre os vários profissionais e indivíduos que interagem com a criança.
Deste modo, o Terapeuta Ocupacional avalia as diversas competências de desempenho ocupacional da criança, tendo em consideração os seus contextos. Essas competências de desempenho dividem-se, grosso modo, em:
- Motor (forma como a criança se move e interage com a tarefa, objecto e ambiente);
- Processo (modo como a criança gere e modifica as suas acções);
- Comunicação/Interacção (diz respeito à transmissão de intenções e necessidades e à coordenação do comportamento social para interagir com as pessoas).
É igualmente imperativo analisar as funções corporais (funções fisiológicas dos sistemas do corpo, incluindo as funções psicológicas) que estão envolvidas na actividade, observando que estruturas do corpo estão presentes e avaliando se estas estão em défice e perceber o porquê.
Cabe ao Terapeuta Ocupacional avaliar a criança nos seus vários domínios: cognitivo, sensório-motor, linguagem/comunicação e emocional, verificando se a mesma possui todas as competências previstas para aquela idade. Num relatório de avaliação também é necessário incluir o que a criança faz e aquilo que está pronta para fazer.
Para recolher a informação para a elaboração do relatório e delineação e revisão do plano de intervenção, são utilizados métodos como:
Observação (em contexto clínico e natural);
Entrevista;
Testes estandartizados.
Para ler os textos integrais relativos à Observação, Entrevista e Testes Estandardizados, clique AQUI.
A sua opinião é importante! O que acha que deve ser avaliado numa criança com este tipo de perturbação?
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